domingo, 1 de setembro de 2013

A mediação cultural é um conhecimento indispensável para a função arquivística de difusão, onde a curadoria se configura não apenas como um espaço de museu - porque os fundos também constituem a cultura material de uma civilização - e, portanto, a curadoria digital é caracterizada como uma forma de patrimônio projetado na web. Neste sentido, as atividades presenciais devem ser consideradas também de uma forma virtual. Esses tópicos devem ser considerados:
a) arquivista como curador digital e mediador cultural; b) Seleção do patrimônio cultural, a mensagem transmitida e seu público-alvo; c) Aplicação da curadoria digital para solução de problemas; d) Pontos interdisciplinares entre Tecnologia e Arquivologia; e) Ambiência digital, design e tecnologias interativas; f) Políticas culturais em instituições arquivísticas;

sexta-feira, 15 de março de 2013

COMO MINISTRAR UMA PALESTRA A PARTIR DE PESQUISAS CIENTÍFICAS EM DESENVOLVIMENTO





I Introdução
O presente manual busca subsidiar aqueles que desejam saber “como ministrar uma palestra a partir de pesquisas científicas em desenvolvimento”. Esta sistematização de "know how" foi gerada no âmbito da disciplina Estágio Docência II conduzida pelo Professor Dr. André Porto Ancona Lopez no Dinter em Ciência da Informação UFES-UnB.

Deste modo o que se coloca a seguir é produto de reflexão sobre a palestra realizada no dia 28/02/13 pelos professores Luzia Zorzal e Taiguara Villela Aldabalde.
O que se apresenta é senão um produto de reflexão sobre a docência em si, tendo em vista a possibilidade da replicação desta proposta.

II Premissas:

II.1 O conhecimento não é objetivo
O conhecimento não é objetivo, mas subjetivo.
Logo o professor não modela o aluno como um objeto, mas é tão somente o responsável em sistematizar o método contido nos processos de interação/aprendizagem.
Para realizar esta sistematização o docente deve entender os sujeitos pensantes/falantes. Ou seja, é preciso desenvolver capacidades e habilidades no campo da linguística e buscar captar os conteúdos motivacionais, ideológicos, bem como cognitivos.

II.2 Provocação do conhecimento
Se não é possível moldar o conhecimento como objeto, se torna viável provocar algo no aluno que o faça entrar em contato com os próprios conteúdos internos.
A maneira de despertar o aluno para o conhecimento dentro de si mesmo é fazê-lo pensar criticamente e desenvolver o processo didático de contextualizar, analisar, sintetizar e avaliar aquilo que está sendo colocado pelo ministrante.

III Itens necessários ao Plano de Ensino


No caso do tipo de atividade pedagógica – palestra - diferente de uma Mesa Redonda, por exemplo, onde haveria um moderador entre os pesquisadores (ou experts, técnicos, especialista etc.) os próprios ministrantes são mediadores entre seus conhecimentos refletidos nas pesquisas e os conhecimentos prévios dos alunos. Desta forma é preciso planejar o ensino-interação garantindo os seguintes itens:

III.1 Público-alvo
A partir do universo de pesquisa é preciso vincular os conteúdos das pesquisas com os interesses dos estudantes.
As demandas dos alunos constituem suas solicitações, aquilo que estão procurando, suas reais expectativas, aquilo que esperam encontrar e todos os benefícios que esperam obter no aprendizado.
Em se tratando de uma pesquisa científica em desenvolvimento seria interessante discutir os temas escolhidos entre alunos que já tenham seu trabalho também em desenvolvimento como mestrandos e doutorandos.
Ex.: Mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Administração, da Ufes.
Disciplina de interface: Teoria das Organizações
Prof. da disciplina: Prof. Dr. Alfredo R. Leite de Almeida

III.2 Recortes dos temas
Os temas devem ser extraídos a partir das pesquisas em andamento, interesses comuns dos pesquisadores e do alunado.
Para isto será necessário que os ministrantes tenham um conhecimento mínimo sobre as pesquisas de seus co-ministrantes, seja por contato direto ou uma descrição de conteúdos por indexação ou por palavras-chaves. Os educadores devem localizar os pontos a serem abordados aos alunos da área afim ou de sua própria área. Ex.: Disclosure Institucional e Cultura da Transparência

III.3 Relações temáticas
Para fazer as relações temáticas é preciso mapear os conhecimentos que envolvem as pesquisas, pois assim é permitido perceber a relação das pesquisas com a área de conhecimento do público alvo. Em outras palavras, para ensinar por meio de pesquisas em desenvolvimento cabe a verificação de seu direcionamento, e, portanto, é imperativa uma prévia identificação da transdisciplinaridade entre as áreas da pesquisa e a área do público.
Ex.: Duas pesquisas em Ciência da Informação. A primeira com base na Contabilidade selecionou o tema “Disclosure Institucional” e a segunda com foco em Mediação Arquivística selecionou o tema “Cultura da Transparência”.  Ambas foram aplicadas no ensino do Mestrado em Administração.

III.4 Cronograma
É preciso planejar, a integração entre ministrantes, a instituição de ensino e os alunos. Em suma, trata de que dias e horários se realizará a(s) atividade(s), quais prazos para atender a agenda se constituirá: O que ensinar? Onde ensinar? Quando ensinar?

III.5 Do Objetivo
§  Provocar a construção do conhecimento estimulando a reflexão sobre as pesquisas e sua inter-relação;
§  Ex.: Considerando duas pesquisas em Ciência da Informação, a primeira pesquisa possui como epicentro o estudo do Disclosure das Instituições de Ensino Superior (IES) no tocante às informações econômicas, financeiras, sociais, ambientais, tecnológicas e culturais. A segunda trata do papel da instituição arquivística na mediação cultural entre os documentos e a sociedade. A cultura da transparência foi derivada do que foi apresentado como algo presente no cotidiano dos alunos.
§  Compartilhamento dos saberes por meio do blog e disseminação da informação.

III.6 Método
            Exposição compartilhada entre os pesquisadores realizando interlocução com os conteúdos de suas respectivas pesquisas e uma questão proposta aos alunos. Método Participativo que pode ser alimentado na ferramenta tecnológica on-line – como um “blog”, por exemplo. Ex.: Os doutorandos Luzia Zorzal e Taiguara Villela realizaram exposições e contaram com a utilização de slides e papel impresso. O blog “pedagoarq.blogspot.com” disponibiliza resultados e permite discussões.

IV Considerações Finais para Aplicação
Esta técnica poderá ser utilizada em todas as disciplinas e em todos os cursos de nível superior e de pós-graduação.
Oportuniza confrontar conhecimentos, difundir assuntos novos, ampliar ou aprofundar conhecimentos.
Poderão ser convidados experts para debaterem temas emergentes.
Quando realizada numa turma de um determinado curso, os alunos poderão ser organizados em equipes (pequenos grupos) e ser solicitado que cada equipe estude determinado assunto e preparam-se para uma discussão.
Esta discussão não se esgota em sala de aula, pois o uso de tecnologias – como o blog – possibilita que a aplicação de recursos eletrônicos e da rede mundial de computadores seja útil a atividades educativas podendo ser utilizada continuamente.

V Resultado da ação pedagógica
No início da exposição alguns dos participantes não conheciam o termo disclosure. Após a palestra pode-se observar, por meio das respostas feitas por escrito na própria sala de aula, e posteriormente disponibilizadas no blog: “pedagoarq.blogspot.com” de que houve boa assimilação dos conteúdos, pois 100% (7 alunos do programa de Mestrado em Administração, da Ufes) dos que participaram da atividade, responderam a questão solicitada de forma satisfatória. Questão solicitada: “A partir da realidade de um órgão público, responda o que você compreende por Disclosure Institucional no que tange ao procedimento técnico e o que já poderia ser realizado como prática cultural sem a coerção da lei?
A seguir tabulação das respostas dos alunos com base na questão solicitada:
Tabela 1 - Disclosure institucional
Compreensão do que é disclosure
Qtde Mestrandos
%
Divulgação de infomação
4
57.1
Acesso a informação
1
14.3
Publicidade de informação relevante
1
14.3
Transparência e visibilidade
1
14.3
Total
7
100.0

Tabela 2 - Prática cultural
Prática cultural sem a coerção da Lei
Qtde Mestrandos
%
Não fez comentários
3
42.9
Incentivar a busca da informação
1
14.3
Auditar e divulgar
1
14.3
Transparência de questões para o público 
1
14.3
Difundir a cultura da transparência por meio do sistema educacional
1
14.3
Total
7
100.0

VI Bibliografia
LOPEZ, André Porto Ancona et al. Blogs como ferramenta de ensino aprendizagem de diplomática e tipologia documental: uma estratégia didática para construção de conhecimento. Disponível em:< http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc/article/view/
10790/6098>. Acesso em: 5 mar. 2013.
 MINICUCCI, A. Dinâmica de grupo: manual de técnicas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1980.
RODRIGUES JÚNIOR, José Florêncio. Diretrizes para elaboração de um plano de ensino. Brasília, Faculdade de Educação. Departamento de Métodos e Técnicas, 1991. 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Disclousure & Cultura da Transparência


Aos Mestrandos em Administração -

Após a palestra proferida pelos professores: Luzia Zorzal & Taiguara Villela,

Identifique-se e responda a partir da realidade de um órgão público:

O que você compreende por Disclosure Institucional em termos técnicos e o que já poderia ter sido realizado como prática cultural sem a coerção da lei?


Respostas: 


Samira - 25 anos -  estudante de Mestrado em Administração da UFES.

Compreendo como a forma de divulgação de ações e resultados de uma organização de forma clara.
Como prática cultural deveria ser incentivado a busca por essas informações.

Sabrina Figueirado - 28 anos  - estudante de Mestrado em Administração da UFES.

Acredito que é dar transparência e visibilidade as atividades, ação e gestão da própria instituição.
É senão uma forma de controle gerencial e ao mesmo tempo social.
Na prática [cultural] , o Estado poderia difundir a cultura [da transparência] através do sistema educacional.

Pietra Bonchartdt - 22 anos - estudante de Mestrado em Administração da UFES.

Disclosure Instituicional seria a divulgação de informações tratadas e compreensíveis para o público em geral.
Os sites insitucionais são um espaço interessante e fácil para a realização disso, mas que hoje não [se] é aproveitado como poderia.
As prefeituras e governos estaduais, por exemplo, poderiam divulgar informações simples como leis antigas, ou história de pessoas importantes na história do Estado - como, por exemplo, Domingos Martins e Afonso Cláudio, que pouquíssimas pessoas conhecem.
 
Gustavo Peroni, 26 anos - estudante de Mestrado em Administração da UFES.
(gustavoperoni@hotmail.com)

Para mim disclosure é a divulgação da informação através de diversos meios de comunicação.
Acredito que toda informação pública deveria ser divulgada de forma clara e objetiva.
[Na cultura da transparência]As informações deveriam ser desde o relatório de gestão até os precedimentos internos e rotinas dos setores

Eurico Lardozo, 26 anos - estudante de Mestrado em Administração da UFES.

Faculdades/Universidades [deveriam] dar acesso as ações, planejamento e resultados da instituição. [A] Prática [cultural] poderia ser auditoria periódica em seus relatórios divulgados a toda comunidade.

Anônimo, [jovem do sexo masculino] - estudante de Mestrado em Administração da UFES.

Disclosure após a apresentação me parece que é a publicidade de informações que podem ser relevantes para cada observador e que permitirá, além da questão de polícia e verificação de inconguências, a possibilidade de fazer uma nova transparências com novas gestões para o público em geral.

Naone Garcia, idade não delcarada - estudante de Mestrado em Administração da UFES.

Primeiramente, por tratar-se de uma universidade pública é esperado que haja transparência, por isso ó devemos ter cuidado quanto o resguardo de informações pessoais que possam gerar problemas de invasão de privacidade, mas institucionalmente acredito que o Discolsure deveria ser o mais amplo (e principalmente claro) o possível!

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Info-Cultura : Atividade para Pesquisa de Preferência


1 - Identifique-se:

Nome, Sexo, Idade, Escolaridade, Instituição em que trabalha e/ou Estuda, Atividade(s) info-cultural(ais) que desenvolve e/ou frequenta,

2 Responda:

Tendo em vista que:
O Planejamento de projetos culturais no contexto da Ciência da Informação é sempre dirigido a um receptor info-cultural,
Considere a si mesmo um receptor e eleja no mínimo 01 e no máximo 05 das opções abaixo como as mais atraentes e convidativas de acordo com sua preferência justificando sua escolha:

a)Apresentações de música e poesia
b)Espetáculo teatral
c)Programa de TV digital ou tradicional
d)Programa de Rádio digital ou tradicional
e)Curadoria Online com Exposições Fotográficas e Vídeos
f)Curadoria Online com livros e documentos pertinentes a área
g)Publicações Online como edições semi-diplomática e semi-paleográficas de arquivos
h)Cursos, palestras, seminários e workshops
i)Exposições fixas ou itinerantes de cinema e/ou fotografia
j)Visitas monitoradas: turismo cultural, ações escolares e universitárias
l)Publicações Online de instrumentos de pesquisa
m)Publicações Online de revista científica e cultural do próprio arquivo ou órgão de documentação

segunda-feira, 16 de julho de 2012

As 7 faces de Eureka: breve reflexão sobre a ciência



A partir da enumeração das principais características do conhecimento científico, esta reflexão procura apresentar um ponto de vista sobre o saber científico:

1.Objetivo: Sobre a objetividade do conhecimento científico, o mundo físico não pode ser tomado como inteiramente distinto ou separado de seu observador, deste modo a independência da física clássica deixou de ser a tese predominante no campo da ciência. Ou seja, o cientista é tão objetivo quanto os problemas de seu objeto, logo os problemas do objeto passaram a ser os problemas do cientista. A ciência trata-se de um empreendimento interativo entre o cientista e seu objeto;

2.Progressivo e acumulativo: a ciência não pretende ter o conhecimento absoluto e esgotado sobre nenhuma realidade. Há se lembrar os teoremas de Gödel sobre a impossibilidade da cognição absoluta. Contudo, descartar a possibilidade de um conhecimento final e afirmar o caráter hipotético de todo saber não significa, contudo, cair no extremo oposto de que nada é ou pode ser conhecido;

3.Racional, lógico e analítico: orientado por uma base teórica que é a própria referência para o caminho intelectual adotado e os pontos de partida de um cientista. Uma determinada tese, teorema ou trabalho científico só é aceito como válido pelos cientistas se passar pelo crivo da discussão acerca dos requisitos necessários e enquadramento dentro de determinado método, variáveis controladas, e demais formas de raciocínio lógico que conduzem a produção de conhecimento científico;

4.Comunicável, claro e preciso: dirigido aos pares cientistas no que tange a defesa de uma tese ou trabalho científico, de modo que estes pares entendam a terminologia em questão, mas ao mesmo tempo deve ser compreendido ao cidadão que procura a solução de um problema a partir do que é apresentado no texto científico. Esta tensão entre a terminologia e a abertura popular é um desafio ao se escrever em ciência.

5. Inteligível, Verificável e Empiricamente testável: este atributo é que faz da ciência um conhecimento irrestrito, e o diferencia de uma doutrina qualquer, pois tendo base empírica, determinado experimento pode ser testado e demonstrável a partir de suas bases materiais. O material a ser trabalhado não deve ser separado do entorno e do contexto, pois o processo da pesquisa e até mesmo a matéria possui caráter transitório. Nem a base empírica é estática e por isso nem o processo da cognição científica deve ser assim. Há de se pensar que a própria ciência e a base empírica determinada são socialmente produzidas. Mesmo quando parecem "fenômenos naturais", há de se pensar que até mesmo a qualidade de natural é socialmente construída;

6.Sistemático, metódico, dinâmico: a observação e a necessidade de conhecer uma ralidade empírica para se resolver uma problemática deve ser controlada intelectualmente, o que por sua vez leva a sistematização e a construção de uma metodologia que deve ser dinamicamente aplicada sempre com vistas a realidade. As problemáticas científicas são tão complexas que carecem de uma abordagem que entra no domínio científico. Esta dominação ou sistematização da realidade vai ao encontro da ideia de que os instrumentos de descrição, não apenas a linguagem, mas toda descrição é modeladora de fatos e que há uma cosmologia dentro da própria língua que guia a atividade mental do cientista. O método é um caminho de controle sobre a pesquisa científica, por isso sua face mais delicada e relevante.

7.Crítico, indagativo, questionador: o conhecimento científico não pode ser desencadeado sem uma pergunta, um problema, algo a ser problematizado através da razão.O ser humano usa a ciência para sobreviver ou viver melhor frente aos problemas dados em um determinado universo. A frase de Charles Handy pode resumir a ideia de ciência como empreendimento crítico: "É quando desaparece a certeza, que cada um de nós deve encontrar as suas próprias respostas"